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Lost in a Cloud

Be simple. Be original. Be yourself.

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#2 Dear Anna | Eu não estou bem

Dear Anna,

Ele tenta ajudar-me a fazer com que desapareças, mas não dá. Ninguém percebe que não estou bem, e eu tento demonstrá-lo, mas ninguém se dá conta!

Ontem comi à frente dele, fui obrigada, se ele não me tivesse segurado tinha caído pela fraqueza, tu viste! Ele obrigou-me a comer, quanto mais segurava e olhava para aquela maldita metade de pão com manteiga estava e destruir-me, tu sabes que estava! Eu estava a tremer, mas eu comi... Comi aquela porcaria, eu passei por essa tortura!

O que mais me custa no meio disto é a cara dele quando eu como algo diante dele, ele fica tão contente, tão orgulhoso, como se me tivesse curado, como se eu estivesse realmente melhor, mas não é verdade, tu sabes que está longe de ser!

E eu farto-me de lhe dizer, mas ele está tão cego, ele acha que vai conseguir ajudar-me a passar isto e que eu vou melhorar e que tudo vai ser normal e feliz para sempre, mas não é verdade, tu estás aqui na mesma, tu não vais embora assim tão facilmente!

 

#1 Dear Anna | Do início ao presente

Dear Anna,

Não sei porque me fazes isto. Sempre pensei que fossemos amigas, que me estavas a ajudar a melhorar, não podia estar mais enganada...

Eu nunca gostei de mim, sempre me perguntei porque é que nunca fui como as outras. Porque é que eu não podia ter um umbigo como o delas? Porque é que eu não podia ser fininha como elas? Porque é que eu não podia usar roupas como as delas? Porque é que eu não podia ter pernas como as delas? Porque é que eu não podia ter aquela barriga lisa?

Nunca tive a resposta para nenhuma destas perguntas, apenas fui ouvindo palavras como gorda, obesa mórbida, feia, nojenta... outras quantas piores...

No 6º ano reparei que tudo, ou quase tudo o que diziam era verdade. Estava a ver uma série de televisão, ela estava de perna cruzada, e para ela era tão fácil ficar com ela perfeitamente encaixada, olhei para as pernas dela, depois para as minhas, e repeti este processo umas quantas vezes. Cheguei a uma conclusão, tudo o que me tinham dito era verdade, eu era mesmo muito gorda!

No 7º continuei com este pensamento, comecei a comer e a vomitar, mas não foi aí que apareceste. Estávamos no 8º ano, foi aí que chegaste, a ideia de que não era magra o suficiente consumiu-me, comecei a deixar de comer, entretanto comecei a comer pouco depois, tive sempre estas fases.

Agora, ela está com muita força, eu não sei se consigo superar isto, Anna, porquê?

Dear, Anna

Resolvi trazer uma nova rubrica chamada "Dear, Anna", porquê? É como o diário da minha doença, conto basicamente o que vou passando, já que nos últimos tempos é um pouco impossível guardar tudo para mim.

Chamei-lhe "Dear, Anna" porque, em inglês, as pessoas, ao dizerem anoréxia, parece que dizem "anarexia", então resolvi chamar a esta minha amiga, Anna.

Eu espero que acompanhem e que não seja uma chatice, penso que poderia ajudar alguém e informar as pessoas, sendo que ao mesmo tempo me ajudo.

 

Quem está deste lado?

Uma adolescente com os seus consistentes 15 anos que sobrevive às adversidades do dia a dia, acompanhada do seu blog, onde conta as suas peripécias e aventuras.

Estudante de secundário durante o dia, blogger durante a noite. Uma apaixonada pela escrita de todo o tamanho. Pensadora nata. Eterna sonhadora.

Para muitos um livro aberto, para outros um mistério por resolver.

Intrigado? Fica por estes lados e talvez desvendes o mistério.

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