Pequenas coisas fazem a diferença. É uma verdade. O problema é que se apenas tivessem lido a primeira frase toda a gente pensaria numa situação positiva, mas infelizmente não é dessa possibilidade que venho falar, venho falar do reverso, do lado negativo.
Hoje em dia cada vez mais compreendo que poucas são as pessoas que têm sentimentos, que têm um cérebro e que sabem o que é certo e errado, e dessas poucas pessoas, apenas um pequenino grupo vê o mundo como ele é na sua maioria: desigual.
É como diz a Margo no livro "Cidades de Papel", a atualidade é feita de pessoas de papel, que vivem em ruas de papel, nas suas casas de papel e que trabalham em edifícios de papel. O certo é que ninguém se preocupa com o que realmente importa.
Custa-me que só se preocupem com comprar o estúpido vestido para levar a uma estúpida festa onde as pessoas são mais falsas que sabe-se lá o quê, quando deviam pensar em poupar o dinheiro desse vestido estúpido e gastá-lo no que realmente importa.
Há milhares de pessoas a morrer à fome, nas ruas, têm noção de quantos pães podiam comprar para poder matar a fome de certas pessoas? Ok, não dava para acabar com a fome no mundo, mas era um pequeno gesto que significava alguma coisa!
Eu sou uma miúda carente, confesso, considero-me um pouco fútil, gostava de ter um namorado, é um facto. Mas de que é que importa o facto do crush não responder à mensagem que lhe mandei? Ou o facto de ser um amor não correspondido? Ou o facto de ser um relacionamento condenado? Não é realmente, verdadeiramente e incondicionalmente importante.
Eu acredito que neste mundo todos temos as nossas escolhas, podem magoar-te, podem gozar contigo, mas tu tens sempre uma palavra a dizer sobre isso, uma escolha e eu apelo agora para que faças a tua!
É uma pergunta que poucos fazemos, e que por ventura, achamos falso, mas infelizmente não é. Somos, falsos, preconceituosos, fúteis, entre outros adjetivos piores que estes, há muitos do mesmo tipo para caraterizar a sociedade em que vivemos.
Porque é que em vez de gostarmos ou não de alguém apenas pela pessoa que é, gostamos ou não gostamos das pessoas pelas marcas que usam, pela aparência apenas, e o mais grave e em alguns casos, pela conta bancária ou status?
Porque é que eu, enquanto adolescente que sou, saio à rua diáriamente e tudo o que vejo são miúdas e miúdos que tentam ser cópias de atores de Hollywood? Porque é que conheço pessoas que passam fome para serem imensamente magras, porque senão ninguém olha para elas? Porque é que vejo miúdas e miúdos a tentarem ser o que não são?
São perguntas simples, sem maldades, mas com respostas muito diferentes. Eu vejo diáriamente as miúdas a usarem roupas com que não se identificam e não se sentem confortáveis, só para agradar ao resto das pessoas.
Vejo mais nomeadamente raparigas a passar fome só para emagrecer, inclusive eu confesso que sou uma delas. Não passo mesmo fome, mas não como muito, e tento evitar comer. Eu criei algo a que eu chamo de "barreira da comida", nomeadamente eu já nem tenho quase fome nenhuma, tenho pouco apetite e detesto comer. Eu não sou das miúdas que vomito, mas sou uma das que projeta uma imagem falsa de si mesma.
Sinto-me à margem das raparigas da minha idade, confesso, todas namoram, todas andam na boa e eu não, ponto final e vou já parar de falar disto porque não quero deprimir-me a mim, nem a vocês.
Aquilo que vejo também são grupos de amigos a fazerem pressão e chantagem com os outros, têm de fazer certas coisas para serem aceites.
Marcas de roupa, telemóveis, o corpo, a própria roupa que usamos é motivo para nos excluirem, para gostarem de nós, que raio de sociedade é a nossa? Eu estou cansada disto! Eu estou cansada destas situações, e de inclusive experienciar algumas. Que raio de mundo é que nós estamos a criar? Que raio de monstros vamos ser no futuro? Que raio de monstros estamos nós a educar e criar?
Há pessoas a passar fome, não por opção, há pessoas a morrer sem condições, e com o que é que nós nos preocupamos? Com as novas coleções das lojas, ou com as promoções de maquilhagem, ou mesmo com o novo telemóvel da Apple, e quem diz Apple diz outra marca qualquer.
É lamentável dizermos ser humanos quando na realidade fazemos parte desta raça, onde muito, mas não todos praticam esta realidade e comprovam que não é apenas nos filmes ou nas séries de televisão que isto se passa.
Por fim quero sublinhar que, para o caso de ter ofendido alguém, peço desculpa, não era de todo minha intenção, e confesso que talvez tenha sido radical demais, mas sei lá, estava com raiva!
Uma adolescente com os seus consistentes 15 anos que sobrevive às adversidades do dia a dia, acompanhada do seu blog, onde conta as suas peripécias e aventuras.
Estudante de secundário durante o dia, blogger durante a noite. Uma apaixonada pela escrita de todo o tamanho. Pensadora nata. Eterna sonhadora.
Para muitos um livro aberto, para outros um mistério por resolver.
Intrigado? Fica por estes lados e talvez desvendes o mistério.
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