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Lost in a Cloud

Be simple. Be original. Be yourself.

Lost in a Cloud

Be simple. Be original. Be yourself.

Ela é galdéria. Ele é macho.

Lembro-me da história mais triste que abalou a minha zona há uns anos atrás, ela era uma das miúdas da carreirinha que ia para o Secundário, eu ia para a escola ao lado, para o Básico. Ela era muito jovem, teve um fim bastante trágico e que não fez ninguém ficar indiferente.

Sabem aquelas histórias mesmo muito deprimentes? Esta é uma dessas histórias, mexe com o coração de muita gente, tal como todas as histórias trágicas.

Era uma miúda que ia a festas e se divertia, parecia ser feliz com a vida que tinha, era bem aceite no grupo de amigos e era um orgulho para os pais.

Um dia, a miúda fez uma ménage, ela com mais três rapazes, o que ela não sabia era que isso tinha sido gravado, e o que ela nunca poderia ter sonhado tornou-se realidade, num verdadeiro pesadelo: o vídeo que ela nem tinha conhecimento da existência tinha sido publicado na internet.

A partir daí, os pais ficaram envergonhados, ela ficou envergonhada, e todos os dias de manhã me lembro de ela limitar-se a olhar para o chão enquanto ia para a escola, de fones nos ouvidos, isto claro, enquanto as pessoas fazia comentários, umas num alto volume, outras a falar baixíssimo entre elas, no entanto, a rapariga sabia que a julgavam e condenavam.

Um dia, depois das aulas a miúda saiu da escola e foi em direção à linha do comboio, sem olhar para trás, sem pensar em mais ninguém, ela sentou-se na linha do comboio a ouvir música e a esperar que este viesse e lhe passasse por cima. Foi o que aconteceu, a miúda morreu ali, sozinha e a ouvir música, com a vergonha toda acumulada, vergonha que ela não conseguia carregar.

O que me custa é que ela tenha sido insultada, condenada e crucificada pelo vídeo, enquanto que os rapazes foram levados apenas como os "machos", acham isto normal?

Porque no pensamento das pessoas a desigualdade continua a ser muito grande, uma deceção para a sociedade...

Quando é que morres?

Tu não vais morrer um dia, disso já todos sabemos, desde o dia em que nascemos que estamos mais próximos do dia em que morremos, porém nós não morremos quando o nosso coração para de bater, quando as células deixam de se renovar, quando paramos de respirar, não é nesse momento que morremos.

Podes morrer antes, eu aprendi isso. Tu morres no dia em que deixares de viver, não no dia em que os teus órgãos deixam de funcionar. Morres quando a tua alma se esvai, eu posso ter o coração a bombear o sangue, mas isso não equivale a que eu não esteja morta. Quando deixas de viver por ti e a única coisa que te mantém aqui são comprimidos anti-depressivos, comprimidos esses que te tiram o brilho do olhar e a vida toda, que apenas te deixam no controlo dos médicos e de todos os outros, comprimidos esses que te deixam inconsciente, a encarar o nada o dia inteiro. Tu ficas completamente dependente dos outros para tudo, caminhas, pensas, esperas, respiras, por vezes falas, mas no fundo, tu não és tu.

Assim que precisas que te droguem para continuares "viva", então morres, para quê continuar "viva" se não o estás? Estás apenas sob o efeito de substâncias artificias e quimicamente juntas e alteradas que supostamente te fazem ficar mais feliz, não pensas como tu mesma, porque deixas de existir.

O mesmo pode acontecer ao contrário, o teu coração pode parar de bater, o teu cérebro de comandar a situação,  mas a tua alma pode permanecer e assim, tu viverás sempre.

No fundo, eu sempre quis fazer a diferença no mundo, mas neste momento, eu não quero ser especial para todo o mundo porque sei que isso é um cigarro que mata sem estar aceso, é simplesmente impossível. Tenho tanta gente neste mundo que me detesta, tenho tanta gente neste mundo que me trata com indiferença, sinceramente, eu já não quero que eles gostem de mim, não quero ser especial para eles, não quero ser especial para todo o mundo, só quero ser especial para uma pessoa.

Eu estava muito ocupada a tentar ser eu mesma para me dar conta que eu já não era eu e que a minha vida me tinha sido tirada há muito tempo, mas agora eu sei de uma coisa. A dor tem de ser sentida até ao dia em que já não deve ser sentida por não fazer sentido ser sentida. 

Quem está deste lado?

Uma adolescente com os seus consistentes 15 anos que sobrevive às adversidades do dia a dia, acompanhada do seu blog, onde conta as suas peripécias e aventuras.

Estudante de secundário durante o dia, blogger durante a noite. Uma apaixonada pela escrita de todo o tamanho. Pensadora nata. Eterna sonhadora.

Para muitos um livro aberto, para outros um mistério por resolver.

Intrigado? Fica por estes lados e talvez desvendes o mistério.

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